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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Memórias de Alfabetização

ADRIANO DA SILVA E SILVA



MEMORIAL: MEU PERCURSO HISTÓRICO VIVIDO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO - VIVÊNCIAS COM A LEITURA E ESCRITA


    Para iniciar meu percurso durante o processo de alfabetização, não podemos deixar de abordar o percurso histórico dos métodos de alfabetização e entender um pouco de que forma se constituiu o sistema de escrita e leitura em seus quatro períodos, sendo estes , segundo MENDONÇA (2003. p. 23-35) "Antiguidade, se estendendo até a idade média, o segundo período teve início entre os séculos XVI e XVIII, surgindo como reação ao método de soletração, o terceiro iniciou em meados de 1980 com a divulgação da psicogênese da língua escrita, e o quarto período foi o da "reinvenção da alfabetização".

    Em síntese o primeiro período tinha a soletração como base, a criança aprendia as 24 letras do alfabeto no qual, decorava os nomes em ordem alfabética e depois em sentido inverso, e somente depois de decorar os nomes se aprendia a forma gráfica, isso na antiguidade. Já na idade média se utilizava também do mesmo método e aplicação de alfabetização, acrescentando os primeiros textos, sendo estes de cunho religioso. (MENDONÇA, 2003. p. 23-35)

    No segundo período, no século XVI pensadores começaram a manifestar-se contra o método de soletração em função da sua dificuldade. Na Alemanha, Valentim Ickelsamer apresenta um método com base no som da letra de palavras conhecidas pelos alunos. Na França, Pascal reinventa o método da soletração: em lugar de ensinar o nome das letras (efe, eme, etc.) ensinava-se o som (fê, lê, mê) na tentativa de facilitar a soletração. Em 1719, Vallange cria o método denominado de método fônico com o material chamado "figuras simbólicas", cujo objetivo era mostrar em palavras acentuando o som que se queria representar. Entretanto, cujo exagero nas pronuncias do som das consoantes isoladas levou o método ao fracasso. Apesar do método fônico ter sido rejeitado já no século XVIII, hoje alguns defensores tentam ressuscita-lo, alegando que tal metodologia poderia resolver o problema do fracasso escolar, no Brasil. (MENDONÇA, 2003. p. 23-35)

    Já no Terceiro período, visando a superação das dificuldades do método fônico, na França foi criado o método silábico: estratégia de unir consoante e vogal formando a sílaba, e unir as sílabas para compor as palavras.MENDONÇA, 2003. p. 23-35) Em síntese, no método silábico, ensina-se o nome das vogais, depois o nome de uma consoante e em seguida, são apresentadas as famílias silábicas por ela compostas. 

    No quarto período o da "reinvenção da alfabetização" ou método global, surgiu com finalidade de partir de um contexto de algo mais próximo da realidade das crianças, pois se sabe que a letra ou a sílaba isoladas de um contexto, dificultam a percepção pois, são elementos abstratos para o aprendiz.

    Portanto, após essa breve demonstração dos períodos históricos, podemos assim partir para o percurso histórico do meu processo de alfabetização que, tem início no meu primeiro contato com uma "escola" que na verdade, se me lembro bem, costumava chamar-se de "prezinho" creio que seja algum tipo de pré-escola, não sei dizer. Sendo assim, meu primeiro contato foi com esta pré-escola que, estava situada no bairro do km3 em Jequié-BA, era algo simples e básico, creio que o espaço utilizado era algum tipo de garagem se não me falha a memoria, e não me lembro bem se neste local eles davam a merenda ou as crianças levavam, mas lembro de que, a organização da sala era em fileiras e o nome da minha professora era Enny, e também tinha  mãe da minha professora que também dava aula, mas, não me recordo seu nome. Continuando, creio que essa inserção na pré-escola não foi por causa da minha mãe precisar trabalhar e não ter alguém para cuidar de mim, até porque se fosse por isso teria alguém da família para cuidar, acho que, fui inserido cedo nessa pré-escola pela minha mãe, faltando cerca de dois anos eu acho para se inserir na escola fundamental e as series iniciais.

    Seguindo com o percurso, me recordo desta pré-escola, de sempre exercer atividades repetitivas de escrever as vogais, e posteriormente as consoantes, lembro bastante do uso de cartilhas que nelas continham letras do alfabeto e uma imagem associadas a ela, ex: Letra "A" e a imagem poderia ser de um avião. Ou seja, passava a associar a letra "A" ao objeto avião e quando vinha algo diferente ocorria dificuldades.

    Neste percurso, lembro da professora, colocar as letras no quadro e perguntar qual era e os alunos tentando acertar, dentre outras atividades difíceis de se recordar neste momento. Por fim, nesse percurso na pré-escola que se dava a minha base de aprendizagem, através da repetição oral, escrita, visual, que se dava o ensino da leitura e escrita. Ou seja, posso afirmar que utilizava-se uma mistura de método fônico, silábico, etc. Vale ressaltar que o processo de aprendizagem que mais era evidente, era o fônico, pois me recordo que no processo de alfabetização aprendi o som da letra e não o nome desta. Não sei se estou correto, mas deixarei um exemplo: a letra "M" pronunciei durante toda aprendizagem como sendo "MÊ" e só fui aprender que o nome da letra era "EME" do fundamental II para o ensino médio, na verdade não foi bem aprender formalmente, mas sim, por convivência com outras pessoas, professores e alunos, que falavam "EME" ao invés de "MÊ" e assim passei a absorver e deixar o "MÊ" de lado. Percebe-se assim, no percurso histórico dos métodos de alfabetização uma boa ligação com meu percurso de aprendizagem.

  Sendo assim, após a fase de pré-escola, parti para o processo na escola formal, onde revi todo o processo de aprendizagem da pré-escola e muito mais coisas novas, e ao passar do tempo o aprendizado ficava mais profundo e complexo, leitura de texto, montagem de palavras, caça palavras e etc. A escola continha o mesmo espaço tradicional em fileiras na sala de aula, era uma grande escola que fornecia merenda as crianças e foi a escola que tive maior profundidade de relação com as professoras, que sempre me elogiaram por aprender rápido, etc. Talvez, pelo processo da pré-escola ou não, sou incapaz de dizer, mas enfim, seja por isso ou não, pude da continuidade ao processo de alfabetização e fui capaz de superar todas etapas com tranquilidade. No momento não consigo relembrar aulas marcantes ou diferentes mas, lembro que a professora da alfabetização era uma figura bastante alegre, as vezes grossa, recebia muito bem seus alunos, etc.

  Portanto, encerro ao dizer que, o processo de alfabetização foi algo de grande importância na minha vida, assim como entrar na escola foi, que mesmo sendo de direito público, não são todos que tem acesso infelizmente, e quando não tem não é digna de qualidade. Conseguir ser alfabetizado me proporcionou chegar onde estou nesse momento, sendo capaz de escrever todo esse processo em palavras e poder compreende-lo, e independente de como ocorria os métodos das professoras da época, elas foram capaz de cumprir seu papel de alfabetizadoras, tanto comigo, como dos colegas de sala, que assim como eu, os poucos que ainda tenho contato, são capaz de se expressar nas palavras escritas, bem como ler as expressões do mundo e daqueles que o complementam. 

6 comentários:

  1. Assim como a postagem de educação infantil, você traz excelentes reflexões sobre seu processo de alfabetização, principalmente quando articula com os estudos na disciplina alfabetização. Procure agregar fotos suas ou imagens sobre esse processo. Tire aquele item apresentação, pois trata-se de uma narrativa.

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  2. Menino Adriano sempre esperto. Elogio é que não falta haha. A educação infantil realmente é essencial no desenvolvimento da criança, e foi muito importante para sua alfabetização, chegou arrasando no alfabeto kkkkkk

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  3. Excelente a forma que você trás o seu relato Adriano, abordou o percurso histórico, discorreu muito bem sobre as suas vivencias, enfim, como sempre você está de parabéns! Abraços!

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