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quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Memórias de Educação Infantil


ADRIANO DA SILVA E SILVA



MEMORIAL SOBRE CRIANÇA/INFÂNCIA



    Ao conhecer a história da pedagogia da infância que traz recorte sobre a criança e a infância e as diversas passagens e transformações sobre este pensamento, irei trazer um recorte que foi o surgimento das creches no fim do século XVII, para poder assim iniciar meu período de ida e contato com a primeira instituição de ensino.

    O meu primeiro contato com a instituição escolar, foi em uma creche, que realmente não irei lembrar o nome e ninguém da família também não se recordou. Mas foi nessa instituição que iniciou meu primeiro contato com a educação escolar. Nesse lugar também foi  onde ocorreu  os meus primeiros ensinamentos  do processo de alfabetização inicial, tendo contato com as primeiras letras, e todo processo de codificação e decodificação que futuramente foi ampliando nas demais series.

  Nessas épocas escolares tive bastante momentos bons, pois eram coisas novas acontecendo. Como também tive os ruins, que eram estes, os momentos de festa de dia dos pais, já que eu não conhecia o meu pai, era algo frustrante e que me deixava triste. Pois, naquela época da minha infância as escolas não tinham a cultura de criar o dia da família, como ocorre atualmente, que pode explicar para as crianças os diferentes tipos de família etc. Então era algo que incomodava, mas, que ao passar dos dias era esquecido e relembrado no mesmo dia e época da comemoração novamente (risos). Enfim, na escola era bastante dedicado e ao mesmo tempo não gostava de me dedicar, a não ser nos momentos do recreio (risos), onde brincávamos livre, diversas brincadeiras como: polícia e ladrão, pega-pega, pipa, futebol e etc. como dizia Rousseau (2004, p119):

"Respeitai a infância e não vos apresseis em julgá-la, quer para bem, quer para mal [...]. Ficais alarmados por vê-las consumir seus primeiros anos sem nada fazer. Como! Não é nada ser feliz? Não é nada saltar, brincar, correr o dia todo? Em toda a sua vida, nunca estará tão ocupada".

    Bom, sem dúvidas Rousseau estava correto, pois em toda passagem da minha infância pude desfrutar destes atos, sem interrupções que frustrassem o meu ser. Até nos momentos que se tornava necessário fazer algo como o ato de “trabalhar” para ajudar na casa, não frustrava ou perdia minha infância, pois praticava muito do “ser criança” como dizem.

    A partir de tudo que foi dito até o momento neste relato, entendo que o papel da criança na sociedade é de grande importância pelo fato que, este ser, portanto, pensa, age e produz cultura, dando continuidade da humanidade; dando prosseguimento ao processo de sociedade em que nós vivemos. Sendo assim, deve-se ter uma atenção enorme para forma que estamos concebendo ou compreendendo as crianças. De como estamos a instruindo, e o que estamos oferecendo a elas, seja na cultura, no falar, no pensar, no agir, em todos contextos, isto é, como estamos inserindo esses sujeitos na sociedade, se reconhecemos como atores sociais. Logo posso dizer que, nas crianças dos dias atuais, vejo muito do meu passado enquanto criança nos processos de brincadeiras, pois por incrível que pareça, as brincadeiras por mais que os anos passem, por mais que as gerações vão mudando, as mesmas brincadeiras da minha infância acontecem nas escolas atuais, como também no meu bairro enquanto as crianças brincam pela rua é possível identificar várias outras também, claro que, atualmente surge também novos tipos de brincadeira, mas ainda assim, as brincadeiras da minha infância, como também das minhas tias, tios, primas etc; ainda é possível se vivenciar atualmente ao observar outras crianças em contato com o brincar. Outra coisa que me remete lembranças enquanto criança, que vejo bastante nas crianças dos dias atuais, é o processo educacional, infelizmente em sua grande maioria continuarem com as mesmas formas de ensino e as mesmas precariedades encontradas nelas, dificultando esse acesso a uma educação de qualidade que é direito de todos e infelizmente após anos e anos não se atingiu essa tão sonhada qualidade.


    Finalizo meu memorial, ao dizer que, se a sociedade não reconhece a importância que a criança tem para o processo da construção da sociedade e da cidadania, compreendendo que ela é um sujeito ativo e que produz diversas culturas e linguagens, e se não dermos voz para elas, infelizmente, estaremos criando cada vez mais sujeitos sem harmonia, amor, compaixão etc. Pois, creio que são as crianças providas da inocência em seus atos, que expressam o mais puro ato do amor para/com o outro, e isso é algo que está deixando de existir nesta sociedade líquida. Portanto, toda criança merece se construir enquanto criança, e viver aproveitando toda uma infância que é de seu direito humano, para que assim, esta possa ter em sua memória futura uma infância inesquecível de momentos bons, a qual possa se lembrar em uma conversa com amigos, ou contando uma história para seus filhos, estes mesmos filhos que poderão viver ótimas infâncias se aqueles que os criam reconhece a importância de ser criança e ter direito a uma infância que não as prive, mas que as oriente no seu ato de si construir enquanto sujeito social.

Memórias de Alfabetização

ADRIANO DA SILVA E SILVA



MEMORIAL: MEU PERCURSO HISTÓRICO VIVIDO NO PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO - VIVÊNCIAS COM A LEITURA E ESCRITA


    Para iniciar meu percurso durante o processo de alfabetização, não podemos deixar de abordar o percurso histórico dos métodos de alfabetização e entender um pouco de que forma se constituiu o sistema de escrita e leitura em seus quatro períodos, sendo estes , segundo MENDONÇA (2003. p. 23-35) "Antiguidade, se estendendo até a idade média, o segundo período teve início entre os séculos XVI e XVIII, surgindo como reação ao método de soletração, o terceiro iniciou em meados de 1980 com a divulgação da psicogênese da língua escrita, e o quarto período foi o da "reinvenção da alfabetização".

    Em síntese o primeiro período tinha a soletração como base, a criança aprendia as 24 letras do alfabeto no qual, decorava os nomes em ordem alfabética e depois em sentido inverso, e somente depois de decorar os nomes se aprendia a forma gráfica, isso na antiguidade. Já na idade média se utilizava também do mesmo método e aplicação de alfabetização, acrescentando os primeiros textos, sendo estes de cunho religioso. (MENDONÇA, 2003. p. 23-35)

    No segundo período, no século XVI pensadores começaram a manifestar-se contra o método de soletração em função da sua dificuldade. Na Alemanha, Valentim Ickelsamer apresenta um método com base no som da letra de palavras conhecidas pelos alunos. Na França, Pascal reinventa o método da soletração: em lugar de ensinar o nome das letras (efe, eme, etc.) ensinava-se o som (fê, lê, mê) na tentativa de facilitar a soletração. Em 1719, Vallange cria o método denominado de método fônico com o material chamado "figuras simbólicas", cujo objetivo era mostrar em palavras acentuando o som que se queria representar. Entretanto, cujo exagero nas pronuncias do som das consoantes isoladas levou o método ao fracasso. Apesar do método fônico ter sido rejeitado já no século XVIII, hoje alguns defensores tentam ressuscita-lo, alegando que tal metodologia poderia resolver o problema do fracasso escolar, no Brasil. (MENDONÇA, 2003. p. 23-35)

    Já no Terceiro período, visando a superação das dificuldades do método fônico, na França foi criado o método silábico: estratégia de unir consoante e vogal formando a sílaba, e unir as sílabas para compor as palavras.MENDONÇA, 2003. p. 23-35) Em síntese, no método silábico, ensina-se o nome das vogais, depois o nome de uma consoante e em seguida, são apresentadas as famílias silábicas por ela compostas. 

    No quarto período o da "reinvenção da alfabetização" ou método global, surgiu com finalidade de partir de um contexto de algo mais próximo da realidade das crianças, pois se sabe que a letra ou a sílaba isoladas de um contexto, dificultam a percepção pois, são elementos abstratos para o aprendiz.

    Portanto, após essa breve demonstração dos períodos históricos, podemos assim partir para o percurso histórico do meu processo de alfabetização que, tem início no meu primeiro contato com uma "escola" que na verdade, se me lembro bem, costumava chamar-se de "prezinho" creio que seja algum tipo de pré-escola, não sei dizer. Sendo assim, meu primeiro contato foi com esta pré-escola que, estava situada no bairro do km3 em Jequié-BA, era algo simples e básico, creio que o espaço utilizado era algum tipo de garagem se não me falha a memoria, e não me lembro bem se neste local eles davam a merenda ou as crianças levavam, mas lembro de que, a organização da sala era em fileiras e o nome da minha professora era Enny, e também tinha  mãe da minha professora que também dava aula, mas, não me recordo seu nome. Continuando, creio que essa inserção na pré-escola não foi por causa da minha mãe precisar trabalhar e não ter alguém para cuidar de mim, até porque se fosse por isso teria alguém da família para cuidar, acho que, fui inserido cedo nessa pré-escola pela minha mãe, faltando cerca de dois anos eu acho para se inserir na escola fundamental e as series iniciais.

    Seguindo com o percurso, me recordo desta pré-escola, de sempre exercer atividades repetitivas de escrever as vogais, e posteriormente as consoantes, lembro bastante do uso de cartilhas que nelas continham letras do alfabeto e uma imagem associadas a ela, ex: Letra "A" e a imagem poderia ser de um avião. Ou seja, passava a associar a letra "A" ao objeto avião e quando vinha algo diferente ocorria dificuldades.

    Neste percurso, lembro da professora, colocar as letras no quadro e perguntar qual era e os alunos tentando acertar, dentre outras atividades difíceis de se recordar neste momento. Por fim, nesse percurso na pré-escola que se dava a minha base de aprendizagem, através da repetição oral, escrita, visual, que se dava o ensino da leitura e escrita. Ou seja, posso afirmar que utilizava-se uma mistura de método fônico, silábico, etc. Vale ressaltar que o processo de aprendizagem que mais era evidente, era o fônico, pois me recordo que no processo de alfabetização aprendi o som da letra e não o nome desta. Não sei se estou correto, mas deixarei um exemplo: a letra "M" pronunciei durante toda aprendizagem como sendo "MÊ" e só fui aprender que o nome da letra era "EME" do fundamental II para o ensino médio, na verdade não foi bem aprender formalmente, mas sim, por convivência com outras pessoas, professores e alunos, que falavam "EME" ao invés de "MÊ" e assim passei a absorver e deixar o "MÊ" de lado. Percebe-se assim, no percurso histórico dos métodos de alfabetização uma boa ligação com meu percurso de aprendizagem.

  Sendo assim, após a fase de pré-escola, parti para o processo na escola formal, onde revi todo o processo de aprendizagem da pré-escola e muito mais coisas novas, e ao passar do tempo o aprendizado ficava mais profundo e complexo, leitura de texto, montagem de palavras, caça palavras e etc. A escola continha o mesmo espaço tradicional em fileiras na sala de aula, era uma grande escola que fornecia merenda as crianças e foi a escola que tive maior profundidade de relação com as professoras, que sempre me elogiaram por aprender rápido, etc. Talvez, pelo processo da pré-escola ou não, sou incapaz de dizer, mas enfim, seja por isso ou não, pude da continuidade ao processo de alfabetização e fui capaz de superar todas etapas com tranquilidade. No momento não consigo relembrar aulas marcantes ou diferentes mas, lembro que a professora da alfabetização era uma figura bastante alegre, as vezes grossa, recebia muito bem seus alunos, etc.

  Portanto, encerro ao dizer que, o processo de alfabetização foi algo de grande importância na minha vida, assim como entrar na escola foi, que mesmo sendo de direito público, não são todos que tem acesso infelizmente, e quando não tem não é digna de qualidade. Conseguir ser alfabetizado me proporcionou chegar onde estou nesse momento, sendo capaz de escrever todo esse processo em palavras e poder compreende-lo, e independente de como ocorria os métodos das professoras da época, elas foram capaz de cumprir seu papel de alfabetizadoras, tanto comigo, como dos colegas de sala, que assim como eu, os poucos que ainda tenho contato, são capaz de se expressar nas palavras escritas, bem como ler as expressões do mundo e daqueles que o complementam. 

Memórias de Estágio


INTRODUÇÃO
Muitos são os aspectos que chamam a atenção no espaço escolar, porém, alguns passam despercebidos e que são tão importantes quanto os que são lembrados, um desses é o que acontece no período do intervalo. O intervalo de recreação muitas vezes não é pensado como algo tão importante quanto é, fazendo com que este momento não seja valorizado e que o tratem apenas como um momento de descanso para alunos e professores. Nesta pesquisa buscamos verificar como funciona o intervalo em uma das escolas municipais de Jequié, buscando entender questões como o que as crianças fazem e como aprendem durante o momento, se há intencionalidades nas brincadeiras ou não é outros pontos abordados no decorrer do relatório.
A pesquisa foi desenvolvida no período num período de 10 dias, onde buscamos entender como acontece o processo de interação entre os alunos e entre alunos e professores, em como as brincadeiras que acontecem no momento do intervalo em uma escola municipal de Jequié. Para a realização desta pesquisa foi utilizado o recurso da observação, onde acompanhamos crianças inclusive em sala de aula durante o decorrer do processo. A ferramenta utilizada foi a observação, pois optamos por não intervir em momento algum na rotina das crianças no intervalo de recreação, para que tudo acontecesse de forma natural.
Usamos como base para essa pesquisa, o e-book “Brincadeira de criança, brinquedos e brincadeiras para crianças pequenas”, feito pela UNICEF e o artigo O jogo do espaço e o espaço do jogo em escolas de Curitiba.
RELATO DA OBSERVAÇÃO
Durante a observação percebemos que as crianças brincavam livremente no período do intervalo de 30 minutos em um espaço com sua maior parte sem pavimentação e outra pequena parte pavimentada, também percebemos que as crianças brincavam individualmente ou em grupos e a escola disponibilizava alguns brinquedos para eles utilizarem durante o intervalo como bambolê, bola de futebol e cordas. Observamos também os tipos de brincadeiras que eram desenvolvidas por eles que seriam pula corda, futebol, dança do bambolê, lutinha, polícia e ladrão, esconde-esconde, cada macaco no seu galho e pega-pega, etc. essas brincadeiras eram sem orientação dos professores ou funcionários do colégio, mas, eles ficavam observando para não ocorrer nada que possa colocar as crianças em risco.
Pudemos perceber que a escola tinha uma quadra onde ela era utilizada da seguinte forma, cada dia da semana uma série diferente ia para a quadra após o intervalo e lá algumas vezes acontecia um brincar livre, onde as crianças brincavam de correr, se pendurar nas barras de proteção e futsal; já em outros momentos os professores desenvolviam atividades com eles como amarelinha e futsal acontecendo o que cita Rechia (2006):
                 
(...)cada sujeito imprime suas marcas naquilo que os outros lhe dão para viver e pensar. Por isso, mesmo que o espaço seja planejado para ser usado de determinada maneira, como as quadras poliesportivas ou quadras de cimento, os sujeitos podem (re) significá-lo.

Através dessa citação, observamos que as crianças acabavam por dar um novo significado aos espaços onde eram colocadas, tanto nas áreas onde já eram acostumadas a brincar ou até mesmo na quadra, que apesar de não ter muitos recursos eles conseguiam utilizar das mais diversas formas.
 Durante as aulas em sala observamos que a professora que estávamos acompanhando, utilizava de atividades lúdicas para o ensino da matemática uma delas foi o “Disco mágico” que servia para ensinar sobre unidade, dezena, centena e unidade de milhar que era desenvolvida da seguinte forma a professora colocava um disco no chão com quatros cores cada cor representava uma unidade, dezena, centena ou unidade de milhar logos após chamava 4 alunos e lhes dava 10 fichas para cada e de uma determinas distancia  teriam que acertas o disco com as fichas e depois somar quantos pontos fizeram.
Acabamos por perceber que a escola não dispõe de muitos recursos e acaba seguindo mesmo que indiretamente, a ideia de ambiente educacional apenas como preparação para o futuro, sem contribuir com um incentivo para o brincar com uma intencionalidade, mesmo que as interações que ocorrem entre as crianças façam com que aprendam coisas umas com as outras. Em relação a essa perspectiva do espaço Rechia (2006) vem dizer que:
                      
(...)o ambiente escolar muitas vezes acaba transformando-se num local para mera “domesticação” de crianças e jovens, obrigando-os a adaptarem-se a um cotidiano cuja liberdade é cerceada, o tempo é controlado e os espaços para “alegria” são reduzidos, importando somente cumprir a função de “prepará-los para o amanhã”.

Esse processo de observação nos fez perceber que a organização do espaço, disposição de recursos no momento do intervalo de recreação e um olhar mais atento para o momento por parte dos funcionários da escola, poderia potencializar cada vez mais a aprendizagem dos alunos e até mesmo a interação entre eles, os professores e gestores. Alguns dos momentos em que aconteceram atividades planejadas foram bastante produtivos, não que a brincadeira livre não traga um certo tipo de contribuição nas interações, porém as brincadeiras podem ser direcionadas a trabalhar certas áreas, unindo assim dois lados diferentes que podem se unir, o brincar e o saber.    
CONCLUSÃO
Conseguimos perceber através do processo de observação durante os 10 dias que foram propostos, que as brincadeiras de maneira geral são criadas ou trazidas pelas próprias crianças, não havendo assim uma preocupação por parte da direção da escola em pôr intencionalidade naquelas atividades praticadas pelos alunos. Como pudemos observar, as formas de interação entre eles no momento do intervalo recreativo eram diversificadas, muitos acabavam apenas se batendo ou correndo atrás uns dos outros, porém, alguns acabavam por trabalhar diversos aspectos importantes para a vida, como a união e o respeito em esperar sua vez de brincar, como funcionava com as crianças que brincavam de pular corda e com outras brincadeiras onde os recursos eram limitados.
Não visualizamos nenhuma criança com necessidades especiais, mas no que diz respeito a espaços que pudessem trazer conforto para elas na hora de brincar e interagir com outras pessoas, não foi percebido. Em relação às interações, no E-book da Unicef traz que as crianças já começam a construir identidades próprias e a perceber as diferenças de traços físicos, cor, linguagem desde muito pequenos, então é essencial o trabalho dos adultos para a valorização da diversidade.

Memórias de Educação Infantil

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